Quem somos

Foram 165 dias aguardando um transplante cardíaco. Infelizmente, a espera de Eduardo G. de Assis terminou sem um final feliz, no dia 28 de maio de 1998, quando seu coração bateu pela última vez. Apesar da saudade constante, Francisco Neto de Assis – pai e protetor – não se deixou abater e iniciou uma trajetória para que a doação de órgãos fosse intensificada no Brasil.

O resultado deste esforço fez surgir a ADOTE (Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos), uma organização sem fins lucrativos e não governamental que busca conscientizar e informar a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.

Foco de atuação

Foco de atuação

Fundada na cidade gaúcha de Pelotas, a entidade se dedica à divulgação de informações sobre o processo doação-transplante de órgãos através de diversas ferramentas, como campanhas de esclarecimento público, artigos para veículos de comunicação, livros, materiais gráficos como folhetos e adesivos, palestras e mesas redondas, além de participar em fóruns de políticas públicas.

Hoje, a equipe de colaboradores é constituída por voluntários, sendo que 60% também são mantenedores. Existem pessoas das mais diversas profissões, como advogados e administradores, atuando na direção da entidade.

Vídeo

Institucional

Valores

Ética, solidariedade, honestidade, respeito e cooperação.

Missão

Atuar no sentido de promover mudanças de atitudes e valores da sociedade e do Estado para preservar e melhorar a vida.

Linha de tempo

Um mês antes da morte de Eduardo, foi criado o site Doe, com perguntas e respostas sobre doação de órgãos e transplantes. Esta página foi ampliada em sua homenagem, e também em memória à Carolina, sua prima que, em fevereiro de 1997, após um acidente automobilístico, teve o diagnóstico de morte encefálica. Apesar do esforço dos familiares, não foi possível a doação dos seus órgãos. O site teve uma excelente repercussão, motivando a criação de uma ONG.

Fundação oficial da ADOTE, em Pelotas (RS).

Criação da seção regional da ADOTE no estado de São Paulo.

Em parceria com a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos) e Ministério da Saúde, a ADOTE conseguiu estabelecer a Semana Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, lembrada entre os dias 26 de setembro e 2 de outubro, todos os anos. Nesta mesma data foi lançado o site da Adote.

A extração da Loteria Federal do Brasil foi dedicada à ADOTE. Oito frações de cada bilhete mostraram uma charge criada pelo cartunista André Luiz Macedo (Alma), com o tema "Órgão doado é obra de amor e desprendimento", e em duas a logomarca da ADOTE.

Lançamento do livro “Esperando um Coração – Doação de Órgãos e Transplantes no Brasil”, cujos direitos autorais de Francisco Neto de Assis foram doados para a ADOTE.

Este mês foi marcado também pelo lançamento do primeiro selo brasileiro (e segundo do mundo) dedicado à doação de órgãos. A ação foi lançada simultaneamente em Pelotas e Natal.

Conquista do Certificado de OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).

Criação da seção regional da ADOTE no estado do Rio de Janeiro.

Com o presidente da organização também na presidência do Rotary Club de Pelotas, foi possível obter a aprovação de 53 mil dólares para a criação do Banco de Olhos de Pelotas. A doação foi aprovada pela Fundação Rotária do Rotary International.

A ADOTE recebe o título de Entidade Emérita de Pelotas, concedido pela Câmara Municipal.

Após árduo trabalho, a ADOTE tornou possível a inauguração do Centro de Aplicação e Monitoramento de Medicamentos Injetáveis (CAMMI) em Pelotas.

A ADOTE ganha o segundo lugar no Concurso de Projeto de Mobilização Social da Roche-GESC, com o projeto “As coisas mais importantes precisam ser ditas em vida".

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial concede à associação o direito de uso da marca ADOTE por dez anos. Em novembro, também foi criada a seção regional da ADOTE no Mato Grosso.

Criada a seção regional da ADOTE no Pará – ADOTE-PA.

Falecimento de seu fundador e presidente, Francisco Neto de Assis.

Corpo Administrativo

A ADOTE é administrada por três órgãos. São eles:

I Diretoria Executiva
II Conselho Fiscal
III Assembleia Geral

A entidade tem abrangência nacional através de seções regionais subordinadas à sede. Todas possuem uma estrutura administrativa denominada Diretoria Regional.

Profissionais
Abaixo, você confere quem são os profissionais responsáveis pela administração
Diretoria Executiva (2014 - 2018)
  • Rafael Paim
    Presidente
  • Joel de Andrade
    Vice-Presidente
  • Daiane Alvez Nickel
    Primeira Secretária
  • Andreia Ribeiro de Almeida
    Segunda Secretária
  • Aline Wienke Sesterheim
    Primeira Tesoureira
  • Amanda Costa da Silva
    Segundo Tesoureira
Diretoria Regional Rio de Janeiro - Adote/RJ
  • Rafael Paim Cunha Santos
    Diretor Regional
  • Carlos A. da Silva Prado
    Vice-Diretor Regional
  • Armando Augusto Clemente
    Primeiro-Secretário Regional
  • Maria da Gloria B. Sclobach
    Segunda-Secretária Regional
  • Adenilson S. de Almeida
    Primeiro-Tesoureiro Regional
  • Bruno Murat do Pillar
    Segundo-Tesoureiro Regional
Conselho Fiscal (2006 - 2010)
  • Armando José Santana Pitrez
  • Henrique Alves W. Feijó
  • Moysés Katz
  • Titulares
  • Olga Maria Dias Ferreira
  • Eduardo Lucas Katz
  • Manoel de Souza Maia
  • Suplentes

Palestras educativas

Conte com a ajuda da ADOTE para promover a conscientização dos alunos sobre a importância da doação de órgãos. A entidade organiza e realiza palestras na rede pública e privada, adaptando o conteúdo teórico para os mais diferentes públicos, como estudantes do ensino médio e de escolas profissionalizantes e universitários.

Também pensando no público estudantil, fornece assessoria na realização de trabalhos escolares sobre transplante e doação de órgãos, facilitando a absorção e compreensão do conteúdo.

A ADOTE pode lhe ajudar a promover a doação de órgãos através da realização de palestras onde forem solicitadas. Entre agora em contato através do formulário de contato.

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Material promocional

Material promocional

Ajude a ADOTE divulgando os nossos materiais promocionais no site e mídias sociais da sua empresa ou até mesmo da sua família. Todo o material desta página é de propriedade da ADOTE, mas pode ser livremente reproduzido desde que citada a fonte.

Criando uma regional

Criar uma rede nacional de conscientização sobre a doação de órgãos é um dos principais desafios da ADOTE. Por isso, a entidade está sempre de portas abertas para que cidadãos responsáveis possam instalar regionais em diversas partes do Brasil.

Para você entender melhor, a seção regional é a menor instância organizativa e deliberativa territorial da ADOTE, e deve ser constituída pelo número mínimo de associados para formar uma Diretoria Regional composta por Diretor Regional, Vice-Diretor Regional, Primeiro e Segundo-Tesoureiro Regional e Conselho Fiscal, integrado por três membros e seus respectivos suplentes.

Os interessados podem constituí-la em uma unidade federativa ou municipal, e sempre será denominada pela sigla ADOTE/XX, onde o XX representa a denominação abreviada do estado ou nome da cidade, por exemplo, ADOTE/SP.

Para mais informações sobre o processo de criação de uma regional da ADOTE, entre em contato através do formulário no site.

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Villi Mascote

Nosso mascote

Você já ouviu falar do Vili? É o mascote oficial da organização! O nome foi escolhido através de um concurso cultural que mobilizou milhares de pessoas. Na primeira fase foram recebidas 967 sugestões – todas avaliadas por uma comissão julgadora, que selecionou três finalistas. Em seguida, a entidade iniciou uma votação pública. Nesta etapa, o nome “Vili” recebeu 1.410 votos contra 116 do segundo colocado.

Clicando aqui
você conhece a história completa do Vili.
Certamente irá te emocionar.

Franciscode Assis

Apoiadores da Causa Doação-Transplante

Francisco Neto de Assis, 71, Professor Universitário, aposentado, idealizador da ADOTE, apoiador da causa doação-transplante há 19 anos, começou este texto, e, como faleceu em 24 de outubro de 3017, Rafael Paim, atual presidente da Adote, conclui o trabalho.

Por Francisco Assis, julho de 2017

O que leva alguém a fazer uma escolha e doar todo o seu tempo a uma causa humanitária? Disponibilidade de tempo? Falta de prioridade? Mudança de atitude diante de algo que imagina não está no caminho certo? Senso de dever? Compaixão? Puro desafio? Competência técnica? Preocupação com a transitoriedade da vida? Uma experiência pessoal? Em geral, o principal motivo para tal decisão é uma experiência pessoal, por vezes traumática. A maioria, talvez a totalidade das organizações apoiadoras da doação de órgãos foi criada por pessoas que passaram pela experiência de receber a doação de um órgão para si ou para um familiar ou de autorizar a doação dos órgãos de um ente querido em situação de morte encefálica.

A ADOTE - Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos, a primeira organização não médica brasileira, criada com a missão de “promover mudanças de atitudes e valores da sociedade e Estado para preservar a vida”, em princípio, não foge dessa característica. Um aspecto, entretanto, a difere das demais, ou seja, a matriz de sua criação não foi uma experiência positiva de doar ou de receber órgãos e sim a morte de dois jovens: um menino com quinze anos de idade que passou quase seis meses na lista de espera por um transplante de coração e uma menina, com dezesseis anos, prima em primeiro grau daquele, que em situação de morte encefálica, não conseguiu ser doadora, como desejava e insistia a sua família, por causa da completa ignorância sobre o tema e da inabilidade dos profissionais do hospital em que se encontrava. Os primos Carolina e Eduardo foram vítimas dessa situação causada pela desorganização do processo de doação de órgãos e transplantes que imperava no Brasil no final da década de 1990.

Por coincidência ou não - ou uma conspiração do Universo? - a ADOTE foi criada no mesmo ano em que entrou em vigor a “lei dos transplantes”, ou seja, a Lei 9.434/97, base da legislação que regula o processo doação-transplante no Brasil. Desde então, a ADOTE ficou conhecida nacionalmente, inspirou a criação de outras organizações semelhantes, que no conjunto contribuíram de forma significativa para o aprimoramento, desenvolvimento e crescimento do processo, como se pode avaliar ao longo deste livro e no Gráfico 1- Evolução dos Transplantes no Brasil em 20 anos (1997-2016).

O principal aprendizado daqueles que fazem a ADOTE foi que “ser doador não é apenas permitir que partes de si passem a fazer parte de outros, mas é também doar nossas competências e habilidades pessoais para tornar possível a vida de muitos através dos transplantes”. Um resultado desse aprendizado foi a compreensão de que não existe doação plena no sentido de que o doador também é beneficiado, talvez mais do que quem recebe. Existe base científica para se afirmar, por exemplo, que a família que autoriza a doação dos órgãos de um ente querido enfrenta melhor o luto do que os demais. Um dos autores deste capítulo, pai do Eduardo e tio da Carolina, pode reafirmar com convicção a veracidade dessa observação, porque teve a oportunidade de sentir que a dor da perda do filho e da sobrinha, apesar da desmedida e persistente saudade que deixaram, foi e está sendo compensada pela certeza de que muitos pais e tios deixaram de sentir a mesma dor graças ao trabalho dos apoiadores da causa doação de órgãos e transplantes. Eles não esperavam esse resultado pessoal.

Por Rafael Paim

Francisco morreu ainda muito ativo. Foi uma pessoa em vida muito especial, não só por ter fundado a Adote em meio a luta pela vida do filho que estava na fila de transplantes, há quase 20 anos atrás. Mas porque foi alguém que contribuiu muito para a sociedade com ações profissionais desde a realização campanhas informativas, eventos educativos, até pesquisas sobre a favorabilidade da população em relação a doação de órgãos. Foi um ser humano ímpar, como pai, avô, amigo. Foi capaz de unir pessoas, de inspirá-las, fosse cozinhando em sua casa fosse organizado um feijoada beneficente.

Sua passagem é análoga ao momento difícil que uma família vive quando perde alguém e exerce o direito de doar os órgãos de quem ama:

“por um lado está ali com imenso pesar pela perda de alguém muito especial e, “ “por outro, está com fé, com esperança, que aquela atitude - aquela decisão - gere alívio, retire sofrimento e resulte em mais pessoas fora da fila de transplantes.” A partida desta pessoa especial é assim: dói muito, é um imenso pesar, mas, por suas histórias, por suas ações, ficam conosco muita esperança pois ainda vamos melhorar muito a doação de órgãos. Quando, em 1998, Eduardo, filho de Francisco então com 15 anos, faleceu na fila de transplantes, à espera de um coração, somente 1 transplante cardíaco foi realizado no Rio Grande do Sul. Os quase 20 anos de atuação da Adote contribuíram para que, ano passado, 25 vezes mais pessoas fossem beneficiadas com um novo, pulsante, alegre e humano coração. Francisco partiu e foi encontrar seu filho com este imenso legado.

Como resultado, não só mais e mais famílias saíram da fila de transplantes, mas mais e mais famílias foram acolhidas em seus momentos de dor, de pesar, e - por terem encontrado profissionais treinados, experientes, sensíveis e muito humanizados – tiveram esperança que a decisão de doar pode reduzir a dor do luto, dar sentido a perda de alguém querido, aumentar a solidariedade entre os seres humanos e ser o maior e mais belo ato de amor a vida que se pode ter.

Com pesar, e com a Esperança que mais ações serão realizadas por Pessoas-Profissionais que ajudam a Adote, fico com a certeza que o futuro trará um fila de transplantes menor, com mais pessoas, vivendo melhor, vivendo mais.

A esperança vem de pessoas que já passaram por nós como o querido Chico e estão conosco como Joel de Andrade, Arlene Badoch, Marizeth Medeiros, Rosana Nothen e tantos lideres-gestores-profissionais de Saúde, que se dedicam a coordenar este lindo e difícil sistema de doação e transplantes de órgãos e tecidos.

Termino com a certeza Chico de onde está, está orgulhoso e nos motivando a continuar a aumentar a quantidade de famílias que são beneficiadas pelo direito de doar e reduzir o Pesar com a Esperança dos transplantes. Rio de Janeiro, 04 de dezembro de 2017